sábado, 15 de novembro de 2014

CHICO BOTELHO


Nascido em 1948, na cidade de Santos (São Paulo), Chico Botelho foi um diretor de fotografia, roteirista e cineasta brasileiro. Ele era um dos expoentes da nova geração de cineastas paulistas e era professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo desde 1975. Destacou-se como diretor de fotografia para filmes de Nelson Pereira dos Santos (“A Estrada da Vida”), Roberto Santos e João Batista de Andrade, antes de estrear na direção de longas.

Um dos criadores da Tatu Filmes, que reuniu cineastas do bairro paulistano de Vila Madalena, Botelho fez seu primeiro longa-metragem em 1982. Produzido pela Tatu e Embrafilme, “Janete” conta a história de uma jovem sem família que cai na prostituição para sobreviver. O enfoque realístico dado à marginalidade juvenil foi resultado de um frustrado documentário sobre as prisões femininas que Botelho começou a filmar para a “TV Cultura”. O realismo não foi bem absorvido pela Censura Federal, que cortou três das cenas de “Janete”, depois de ter sido exibido – e premiado – no Festival de Gramado, em 1983. A Censura não engoliu especialmente os momentos de lesbianismo entre Lílian Lemmertz, no papel de uma severa diretora de presídio, com Nice Marinelli, a presidiária Janete

Dois anos depois, o cineasta levou o prêmio de melhor curta-metragem em Gramado, com o documentário “Longa Viagem”. O segundo longa, “Cidade Oculta” – com Arrigo Barnabé, Cláudio Mamberti e Carla Camuratti nos principais papéis -, venceu o 2º Rio Cine Festival e encerrou o 19º Festival de Brasília, em 86. Esse noir rodado inteiramente na noite de São Paulo – nas margens do Rio Pinheiros, no reduto dark Madame Satã e na Chinatown brasileira, o bairro da Liberdade – foi descrito por Botelho como seu compromisso com “o pessimismo e a barbárie dos anos 80″. Desta vez, foi a barbárie que despertou a ira dos censores. A cena-alvo foi aquela em que o policial corrupto Ratão – papel que deu o prêmio de melhor ator coadjuvante a Cláudio Mamberti – injetava cocaína em seu próprio braço.

Filmografia:
1992 – Fronteira Carajás; Jogo da Memória
1991 – A Cidade e o Corpo; Independência; O Inventor; O Outro
1990 – Cristo Procurado
1989 – A Arte no Auge do Império; Nem Tudo que é Sonho Desmancha no Ar; Pós-Modernidade
1988 – Imagem
1987 – A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal; Arrepio; Canabraba – A Necessidade de Expressão
1983 – Tribunal Bertha Lutz


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